Com o objetivo de entender melhor o que está acontecendo em nossa volta e os reflexos desta crise gerada pela pandemia no cotidiano das pessoas, ouvimos alguns pastores da nossa Convenção sobre o tema.
A série de entrevistas continua. Conversamos com o 2º secretário da Junta Executiva e também presidente da igreja Assembleia de Deus em Içara/SC, Pastor Hebrom Mussini.
Nascido na cidade de Barracão, no sudoeste do Paraná, Pastor Hebrom, foi criado em um lar cristão e teve no seu pai o Pastor Valmor Antônio Mussini, a principal referência e motivação para o ministério.
Atendendo a chamada divina, iniciou ainda bem jovem na Obra do Senhor. Em 1996, Pastor Hebrom se casou com Cleone Kátia e ao seu lado dirigiu congregações em várias cidades. Presidiram também a igreja em Concórdia e desde 2018 estão pastoreando a AD em Içara no sul do estado.
O impacto da pandemia no mundo deve resultar, segundo o Pastor Hebrom, numa sociedade mais humana, menos ambiciosa e mais receptiva a Palavra de Deus. “É lamentável que esta mudança de atitude venha somente depois de tantas vidas perdidas.”
O que esta crise nos ensina?
Para pastor Hebrom, a crise ensina a ter confiança em Deus. Ele lembra a orientação da Bíblia Sagrada sobre a posição do cristão diante das adversidades. "Não estamos livres dos problemas do dia-a-dia, e nisso sempre dependeremos dos cuidados do Senhor. Os dias, meses e anos passam, e precisamos crer na ação divina".
O que muda na vida das pessoas depois da pandemia?
As pessoas precisarão, diante da crise, ser resilientes. Um momento de readaptação. Se fez necessário uma releitura social, física e espiritual. "Nossa rotina foi impactada, sofremos muitas mudanças. Passamos a enxergar a dificuldade do nosso próximo, a cuidarmos mais de nossa saúde, e a buscar mais a presença de Deus". E ressalta ainda que todas essas circunstâncias levam à prática da fé de uma maneira mais autêntica.
No aspecto das atividades da igreja, o que será definitivo depois do Coronavírus?
Com a questão do distanciamento social houve a necessidade de se comunicar ainda mais por meios digitais. Para o pastor esses meios foram essenciais na tarefa de propagar a mensagem de Cristo. "As Lives alcançaram lares que talvez nunca chegaríamos. Investimos em novos equipamentos que continuarão exercendo um importante papel". O cuidado com as pessoas foi expandido. "O atendimento pessoal, no primeiro plano ao grupo de risco, continuará também àqueles que estão carentes da palavra e também do alimento". Destaca que a igreja reforçou às práticas sociais e isso deve ganhar mais espaço com o passar do tempo. A crise gerou uma proximidade com Deus. "Diante das dificuldades nos tornamos mais íntimos do Senhor", frisa.
Na sua opinião, o que Deus espera de nós a partir de agora?
"Que sejamos sal da Terra e luz do mundo. Que possamos cumprir o Ide de Jesus, fazendo discípulos de todas as nações, e que venhamos estar preparados, porque a convicção do arrebatamento se tornou mais real".
Qual a sua palavra para as pessoas que estão apreensivas com tudo que está acontecendo?
Para o pastor é preciso ter ânimo, coragem e confiança. "Se algo trágico aconteceu e as perdas sejam irreparáveis existe um Deus que supri todas as nossas necessidades e nos faz viver algo novo". Lembra que Deus é cuidadoso e sabe de todas as coisas. "Diante das tragédias Ele sempre tem um caminho novo, assim como fez com José Davi, Jó, e os discípulos".
Por Adael dos Santos - Jornalista da CIADESCP
